Cálculos renais: incidência e sintomas
Hoje com o avanço da medicina, os tratamentos para muitas patologias, foram sendo aprimorados, permitindo até mesmo cirurgias minimamente invasivas, como no caso de tratamentos para cálculo renal.
Os cálculos renais (litíase) ou “pedras nos rins”, como é popularmente conhecido, ocorrem com maior frequência em homens, apesar de também acometer muitas mulheres, sendo comum na faixa etária entre 20 e 40 anos de idade.
Estudos demonstram que a incidência de litíase vem aumentando ao longo do tempo e há uma forte associação com alimentação, doenças metabólicas, hábitos de vida como sedentarismo e obviamente com a genética do indivíduo (pacientes com cálculo, quase sempre tem parentes com essa mesma doença).
O cálculo urinário é assintomático e por isso, muitas vezes só é diagnosticado após a primeira crise de forte dor lombar do paciente. É uma dor intensa, em cólica, que pode irradiar também para a frente do abdome e região genital. O diagnóstico preciso é feito com Tomografia Computadorizada ou com Ultrassonografia de Rins e Vias Urinárias.
O tratamento da doença varia de acordo com o tamanho e localização do(s) cálculo(s) no sistema urinário.
Quando devo tratar o cálculo?
Pacientes que apresentam cálculos urinários, necessitam de uma consulta com o urologista, que irá avaliar sua localização, tamanho e densidade (dureza da pedra), para indicar o tratamento.
CÁLCULO URETERAL: são os cálculos localizados na via urinária, ureter. A depender do tamanho do cálculo e sua localização no ureter, estes poderão ser expelidos espontaneamente. Mas há casos, com cálculos maiores ou com localização mais alta no ureter, que será necessário intervenção cirúrgica, em sua maioria de urgência.
CÁLCULO RENAIS: são os cálculos localizados dentro do rim. Estes devem ser tratados a curto e médio prazo, pois são responsáveis por infecções de repetição e tendem a crescer, apresentando altas taxas de morbidade e mortalidade. O objetivo do tratamento é remover o maior volume de cálculos e seus fragmentos, melhorar a drenagem renal quando houver obstrução, preservar a função renal e prevenir a recorrência do cálculo.
Quais os tratamentos disponíveis para cálculos renais?
O tratamento proposto irá depender do tamanho do cálculo.
Pedras de até 0,5 cm tem grandes chances de serem eliminadas de forma espontânea e portanto, não precisam de tratamento adicional, devendo apenas ter acompanhamento.
Cálculos urinários maiores que 0,5 cm devem ser tratados com um dos métodos abaixo:
1_Litotripsia Extracorpórea por ondas de choque
Nesse procedimento o cálculo renal é fragmentado com uso de uma máquina que emite ondas de choque.
O paciente é deitado em uma maca que fica acoplada ao aparelho e é sedado. As ondas de choque são focadas no centro do cálculo e cada sessão dura em média 30 minutos.
O paciente retorna para casa no mesmo dia do procedimento. O tratamento tem como função quebrar o cálculo no interior do rim em pequenos fragmentos de forma a facilitar a eliminação espontânea pelo paciente.
Vantagens: Baixo custo, pouco invasiva não havendo necessidade de internação hospitalar, poucas complicações.
Desvantagens: Menos efetivo que as outras técnicas. O resultado depende da dureza do cálculo, da localização deste dentro do rim. Pacientes obesos o resultado é menos eficiente.
Contra indicações: mulheres grávidas, pacientes com infecção urinária sem tratamento e pacientes com alterações de coagulação ou com cálculos renais maiores que 1cm.
2_Ureterolitotripsia flexível
Este procedimento é indicado para pacientes com cálculos renais maiores de 1 cm.
O procedimento é realizado em ambiente hospitalar no em centro cirúrgico, com sedação e anestesia, sendo necessário internação.
O método é realizado por via endoscópica, através da uretra (canal por onde sai a urina), sem cortes.
Utiliza-se um aparelho semelhante ao de endoscopia do estômago, porém bem mais fino. É uma câmera flexível que permite enxergar por lugares estreitos e tratar o cálculo renal com ajuda de fibra a laser. A uretra é acessada, depois
bexiga, subindo pelo ureter até chegar ao interior do rim, com visualização interna do rim, esse método é mais eficiente, pois permite uma visão direta que guia a fragmentação do cálculo renal.
Os fragmentos são retirados do rim com uso de cestinha própria.
Vantagens: Mais eficiente que a litotripsia extracorpórea, permite uma visão direta do cálculo, não tem necessidade de incisões ou cortes e pouco sangramento se comparada com a próxima técnica (Nefrolitopercutânea).
Desvantagens: Internação e anestesia geral e o aparelho pode não acessar determinados locais do rim, não se conseguindo chegar até o local da pedra.
3_Nefrolitotripsia Percutânea
A nefrolitotripsia percutânea é uma cirurgia utilizada para extração de cálculos renais maiores que 1,5 cm ou em regiões inacessíveis ao aparelho ureteroscópio flexível.
O paciente fica internado ao menos 48h e é submetido a anestesia geral. O procedimento leva cerca de 2 horas e é feito por um pequeno corte feito na pele em região lombar. É feito um “túnel” entre a pele e o rim, sendo introduzido um aparelho, dotado de câmera, que será o visualizador do cálculo (figura 1).
Por esse aparelho quebramos a pedra e retiramos os fragmentos.
Vantagens – O mais eficiente dos três métodos descritos anteriormente.
Utilizado em cálculos grandes e complexos (com pontas e divisões)
Desvantagens – Internação 48h e Anestesia geral.
Possibilidade de sangramentos durante a cirurgia.
Possibilidade de lesão de outros órgãos (fígado, baço, intestino) no momento em que é feito o “túnel” até o rim.
Lembre-se, o tratamento proposto irá variar caso a caso, sendo necessário uma avaliação individualizada do histórico de saúde do paciente, de exames complementares indicando a posição e tamanho do cálculo.