A fimose é a dificuldade de expor a glande do pênis de maneira adequada. Ao nascimento, isso é normal, pois existem aderências entre a glande e o prepúcio (a pele do pênis que recobre a glande).
Fimose em Neonatos
A circuncisão em neonatos é um tema polêmico. Isso se deve à história natural da fimose fisiológica. As razões para tal procedimento são, muitas vezes, cosméticas, religiosas ou com intuito de reduzir a incidência de balanopostites, fimose patológica, doenças sexualmente transmissíveis, infecção do trato urinário e câncer de pênis. Canadá e Reino Unido executam esse procedimento, como rotina nos neonatos.
A taxa de complicações após postectomia em neonatos varia entre 0,2% e 3%. Complicações incluem sangramento, infecção de ferida operatória, aderências penianas e retirada de pele em excesso ou insuficiente.
O tratamento clínico em neonatos pode ser realizado com a combinação de corticoides de baixa potência e enzimas, como a hialuronidase. Mas sempre com indicação e orientação médica.
A Fimose e as consequências, se não tratada
A retração ausente ou incompleta do prepúcio pode predispor o homem a algumas enfermidades, tais como:
– Infecção do trato urinário (ITU): a presença da fimose modifica e intensifica a colonização bacteriana balano prepucial. Esse achado aumenta a incidência de ITU, principalmente até os cinco anos de vida. Outros autores, estudando 2.500 crianças, encontraram ITU em 1,6% delas. Entre elas, 88% não eram circuncidadas. Assim, a ausência de circuncisão aumentou em 20 vezes o risco de ITU.
– Doenças sexualmente transmissível (DST): Dois estudos a esse respeito devem ser destacados. Lavreys et al. (1999) estudaram 746 homens e observaram uma probabilidade 4 vezes maior de tornar-se HIV positivo e 2,5 vezes maior de desenvolver úlceras genitais entre portadores de fimose. Em 2005, Schoofs et al. publicaram uma redução de 70% no risco de contrair HIV após postectomia. Por outro lado, estudos sugerem que, quando o procedimento é realizado após os 20 anos de idade, a proteção gerada é desprezível(12%).
– HPV e câncer de colo uterino: Segundo Kaufman et al. (2001), a circuncisão reduz o risco de infecção pelo HPV e, consequentemente, a incidência de câncer de colo uterino nas parceiras de homens que realizaram a postectomia.
– Carcinoma de pênis: A fimose é um fator de risco significativo para o câncer de pênis. Em um grande estudo com 89 portadores de carcinoma de pênis, apenas 2 (2,2%) haviam realizado a postectomia.
Pesquisas científicas, verificou que a circuncisão reduzia significativamente o risco de infecção peniana pelo HPV e câncer cervical nas parceiras de homens com comportamento de alto risco. Mesmo em populações onde a circuncisão é rara, um dos fatores mais influentes para infecção por HPV oncogênico ou não é não ser circuncidado.
Um dos fatores etiológicos mais importantes para o câncer de pênis é a presença de prepúcio. Uma revisão de cinco grandes séries com 592 casos de câncer invasivo de pênis nos Estados Unidos revelou que nenhum dos pacientes foi circuncidado na infância, apesar da alta prevalência de circuncisões no período neonatal naquele país.
A boa higiene local também é importante, na prevenção do câncer de pênis sendo difícil realizá-la nos casos de dificuldade de expor a glande nos casos de fimose.
Quer saber sobre o tratamento da fimose? Leia Cirurgia da Fimose: Postectomia